Parágrafo sobre "Animação Cultural" - Vilém Flusser
O texto "Animação Cultural", de Vilém Fusser, apresenta um narrador bastante inusitado, por se tratar de um objeto. Este, descrito como uma mesa redonda (a fim de fazer uma alusão a igualdade- sem lados ou parcialidade), se posiciona como líder ao abordar uma questão altamente complexa: uma "revolução homem-objeto". A revolução tem o propósito de mudar o atual pré-conceito de que os humanos são superiores aos objetos, situação considerada normal e óbvia para a humanidade desde o início dos tempos. A ideia de que são as pessoas quem usam os objetos, quando e onde desejam, estando sempre no controle, nunca foi tão contestada.
Seria possível que, depois de todo o suposto desenvolvimento da humanidade em relação às máquinas, elas seriam aquelas dominando a sociedade humana? Na realidade, vivemos a falsa ilusão de que, se somos nós quem construímos os objetos, logo, são eles que nos servem. Por tanto, ao analisar o cotidiano da humanidade, torna-se quase impossível não perceber o quanto somos dependentes dos diversos materiais para quase toda atividade ou tarefa. A questão é: o fato do uso de objetos ter se tornado uma necessidade humana faz de nós dominados por eles?
Por outro lado, a ideia de que há uma interdependência entre os três pilares da vida (aquilo estudado pelas ciências exatas, ciências biológicas e ciência cultural) é um ponto de vista interessante abordado no texto. O complexo de superioridade humana, alimentado desenfreadamente na atualidade, pode não passar de um conto de fadas medíocre.
Quando o texto de Vilém contesta e reivindica um tratamento mais apropriado para objetos, que supostamente vêem se "sentindo" desvalorizados, ele provoca no leitor uma reflexão em cima daquilo que, provavelmente, era consolidado como normal em sua mente: a dominação humana sob objetos inanimados.
Seria possível que, depois de todo o suposto desenvolvimento da humanidade em relação às máquinas, elas seriam aquelas dominando a sociedade humana? Na realidade, vivemos a falsa ilusão de que, se somos nós quem construímos os objetos, logo, são eles que nos servem. Por tanto, ao analisar o cotidiano da humanidade, torna-se quase impossível não perceber o quanto somos dependentes dos diversos materiais para quase toda atividade ou tarefa. A questão é: o fato do uso de objetos ter se tornado uma necessidade humana faz de nós dominados por eles?
Por outro lado, a ideia de que há uma interdependência entre os três pilares da vida (aquilo estudado pelas ciências exatas, ciências biológicas e ciência cultural) é um ponto de vista interessante abordado no texto. O complexo de superioridade humana, alimentado desenfreadamente na atualidade, pode não passar de um conto de fadas medíocre.
Quando o texto de Vilém contesta e reivindica um tratamento mais apropriado para objetos, que supostamente vêem se "sentindo" desvalorizados, ele provoca no leitor uma reflexão em cima daquilo que, provavelmente, era consolidado como normal em sua mente: a dominação humana sob objetos inanimados.
Bruna de Moura Resende
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